domingo, 20 de maio de 2012

Nota da UJC Santa Maria sobre a eleição do DCE da UFSM - 2012



"Poderão cortar as flores,


mas não poderão impedir


que chegue a primavera"


Pablo Neruda


Pela primeira vez na história recente do Movimento Estudantil (ME) na UFSM a esquerda se unifica em torno de um consenso programático para enfrentar o governismo. Unidade que se esboçou na ocupação da Reitoria em 2011 (e também no CEB onde a atual gestões do DCE liderou uma articulação fura-greve), mas que ganhou força no pré-eleição onde as forças discutiram suas posições sobre universidade, educação, governo, estado/sociedade, ME, UNE etc.

Além de unificada em torno de um programa avançado, a esquerda conseguiu discutir projeto com o conjunto estudantil e em unidade com as demais categorias como nunca havia conseguido antes.

Vencemos o debate de projeto e esta vitória se expressou no apoio dos estudantes à chapa Caminhando Contra o Vento, que resultou na nossa vitória em Santa Maria (parcial: 1343 x 1545). Não vencemos onde não conseguimos fazer a discussão, Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Silveira Martins (geral: 2022 x 1635). Porém, a vantagem em votos obtida pela situação nos demais campi não expressa a realidade política daqueles locais. A ausência de debate mais aprofundando impediu que o coletivo estudantil percebesse que os problemas na UFSM estão ligados diretamente ao projeto de universidade defendido pela atual gestão e que portanto o PT é incapaz de dar consequência às suas demandas reais.

Nossa discordância com o campo governista nada tem a ver com a livre associação em partidos, nada tem a ver com a liberdade de pensamento e escolha. Discordamos de um projeto de educação que destina 2,9% do orçamento para educação enquanto transfere 50% do orçamento para banqueiros. Discordamos do Projeto Democrático e Popular encabeçado pelo PT, na medida que este é o atual gestor do projeto do Banco Mundial (e mega-empresários) para a educação e atua no sentido de refrear a luta estudantil e dos trabalhadores para salvaguardar “um lugar confortável no gabinete”.

É fundamental dar continuidade ao processo de construção de uma alternativa ao governismo na UFSM. A unidade deve se ampliar a todos os espaços onde é possível fazer uma disputa de projeto em condições que favoreçam a reconstrução do ME pela base. Pois mesmo que a atual força que hegemoniza o ME na UFSM, uma determinada corrente do PT, esteja praticamente desaparecida Brasil afora, aqui na UFSM ainda possui algum fôlego. Além do mais o Projeto Democrático e Popular não tem o PT como único defensor e é preciso enfrentá-lo em todas as suas variantes.

A unidade permanente da esquerda deve se ampliar para além dos grupos que a compõe incorporando os estudantes que estão dispostos a apoiar o programa e enriquecê-lo. Sem rebaixamento político, evidentemente. Para tanto é fundamental aprofundar e ampliar o debate sobre modelo de universidade, educação, estado e sociedade, assim como a consolidação de uma agenda comum de ação.


UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA – UJC. SANTA MARIA, RS.

Maio de 2012



(Acesse o Jornal VOZ ATIVA no 03: AQUI...)

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