sexta-feira, 16 de março de 2012

NOTA CONJUNTA: JCA, UJC e Barricadas Abrem Caminhos aos estudantes da UFSC

Diretório Central dos Estudantes – DCE Luis Travassos:
você sabe o que é e para que serve?


"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem"
Rosa Luxemburgo


     As entidades estudantis foram criadas pelos estudantes para representar e defender todas as suas aspirações sejam elas científico-culturais, políticas, econômicas, esportivas, etc. Nesse sentido, o Diretório Central dos Estudantes – DCE Luis Travassos – foi fundado na década de 60 pelos estudantes para ser uma entidade que os organizasse na Universidade Federal de Santa Catarina para reivindicar seus direitos e, também, uma universidade preocupada com os problemas do povo brasileiro. Luis Travassos (1945-1982), nome dado ao DCE da UFSC, foi um estudante que ousou lutar contra a ditadura e o fechamento dos espaços para a crítica e a organização popular. Enquanto militante do movimento estudantil, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Travassos buscou lutar por uma universidade pública, crítica e que estivesse ligada à transformação social.

     O DCE da UFSC impulsionou lutas importantes na história. Ele teve um papel central na organização da Novembrada (1979), um pontapé importante na queda da ditadura militar. Através do DCE, organizou-se sucessivas lutas contra a cobrança de mensalidades na UFSC (entre 1999 e 2001), pela criação da Bolsa Permanência (2005), pelo RU e moradia estudantil, além da participação em anos consecutivos de lutas contra o aumento da tarifa e por outro projeto de transporte coletivo.

     No entanto, os estudantes iniciam o ano de 2012 sem uma gestão da entidade DCE. Isso ocorreu devido à falta de planejamento da última gestão, pois não houve eleições para o DCE – mesmo estando prevista por todo o movimento estudantil para que ocorresse no segundo semestre de 2011.Ao invés disso, foi criada uma “comissão provisória” responsável somente por organizar a recepção aos calouros, mas que não foi eleita pela maioria dos estudantes e por isso não os representa. Por conta disso, o movimento estudantil encontra-se sem uma das suas maiores ferramentas de luta conquistada historicamente para a defesa dos seus direitos. Ao não termos uma gestão da entidade estudantil, nós, estudantes da UFSC, nos encontramos amarrados e vulneráveis em uma conjuntura atípica, e que exige do movimento estudantil a sua ferramenta. Neste ano, encontramos pela frente o último ano de implantação do polêmico projeto de expansão do ensino superior brasileiro, o REUNI[1], onde muitos cursos novos encontram-se em críticas condições de funcionamento e estrutura.

     Além disso, este ano iniciaremos uma nova gestão da reitoria. Estão colocadas possibilidades reais de conquistas para os estudantes, para a universidade e para o povo, mas todos os setores deverão estar muito organizados reivindicando uma maior abertura dos espaços democráticos e lutando para que o ensino, a pesquisa e a extensão estejam comprometidos com as causas populares e com a transformação da sociedade. É de extrema importância, assim, a formação de um DCE que impulsione um movimento de luta, autônomo e independente!

     Quanto mais se adia as eleições para nossa entidade mais os estudantes ficam alheios às decisões tomadas em nossa universidade.Já é hora de os estudantes tomarem o DCE em suas mãos! Para isso, o debate se faz necessário. É, portanto, necessário que haja democracia no movimento estudantil e os estudantes possam optar por uma nova gestão, deixando de estarem reféns de uma “comissão provisória” desconhecida para a maioria dos estudantes.

Assinam:





[1] O REUNI é um projeto do Governo Federal aprovado 2007. Foi muito combatido pelo movimento estudantil por todo o país, por combinar um incremento de matrículas com a controversa falta de contratação de professores, técnicos e um financiamento adequado, além de uma reestruturação política e pedagógica que ainda esta ocorrendo. Para entender mais sobre o projeto veja o texto “A UNIVERSIDADE NOVA, O REUNI E A QUEDA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA” dos professores Claudio Antonio Tonegutti e Milena Martinez. Outra opção é acessar os estudos do ANDES-SN emWWW.andes.org.br.

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