sexta-feira, 29 de maio de 2009

Obama mantém política de tortura e violações dos Direitos Humanos da era Bush

No dia 16 de Abril de 2009 o Departamento de Justiça dos EUA liberou quatro memorandos secretos utilizados pela adminitração Bush para justificar a tortura. Esta ação veio acompanhanda da palavra do presidente Barak Obama que assegurou a CIA que não vai perseguir aqueles que seguiram as instruções para praticar tortura durante a administração Bush. Além disso Obama posicionou-se contrário a proposta de criar uma comissão para investigar quem autorizou a prática de tortura, criando um clima de impunidade no governo estadunindense.
Outro fato que causou indignação foi a mudança de opinião em relação a liberação de mais de duas mil fotos de abusos de prisioneiros cometidos pelo exército estadunindense em Abu Grhaib (prisão dos EUA no Iraque). Cerca de uma semana depois de declarar que as fotos seriam liberadas o presidente voltou atrás argumentando que o conteúdo das fotos poderia colocar as tropas no Iraque e Afeganistão em risco.

Existem pelo menos 27 prisões dos EUA espalhadas pelo mundo com cerca de 27.000 prisioneiros. Atualmente a prisão de Guantanamo possui 270 presos, o que significa que 99% dessas pessoas não estão em Guantanamo. É provável que em todas as prisões há a prática de tortura, já que os memorandos aconselhavam que tais práticas fossem feitas fora do território nacional para não serem condenadas pelas leis dos EUA. Há também relatos de presos que comprovam o uso de tortura nessas prisões, como o caso de Binyam Mohamed que esteve preso em Marrocos (antes de ser transferido para Guantanamo) onde foi torturado. Mohamed teve suas genitais e peito cortados por giletes.

Graças ao trabalho do advogado de direitos humanos Clive Stafford Smith, que defende 128 presos em Guantanamo, boa parte dessas informações vieram a tona. Um dos clientes de Clive, o cameraman da rede de televisão Al Jazeera Sami Al Hajj, foi preso no Paquistão em Dezembro de 2001 e vendido por 5 mil doláres ao exército dos EUA. Sami recebeu o título de 'combatente inimigo' (título criado pela administração Bush para burlar a proteção garantida pela Convensão de Genebra aos prisioneiros de guerra) e foi transferido para Guantanamo, onde foi torturado e interrogado aproximadamente 130 vezes. Sendo que em 125 desses 130 interrogatórios, os oficiais dos EUA questionaram Sami se ele tinha alguma informação que comprovava que Al Jazeera funcionava como ?frente? para o grupo terrorista Al-Qaeda. Sami foi solto no Primeiro de Maio de 2008.

Para Clive o mais importante é garantir os direitos dessas pessoas, ele lembra que até o momento atual todos os terroristas presos nos EUA, incluíndo os que cometeram o atentado ao World Trade Center em 1993, tiveram direito a julgamento. Hoje em dia, todas as pessoas que são mantidas nessas 27 prisões espalhadas pelo mundo, não possuem direito a julgamente e podem ser mantidas presas por tempo indeterminado. Por exemplo, a história do garoto Mohamed el Gharani, preso em 2001 aos 14 anos e acusado de treinar terroristas do Al-Qaeda. Ele já passou vários anos em regime isolado e pode ser mantido preso por tempo indeterminado. Mohamed é apenas uma das 60 crianças mantidas presas em Guantanamo. Durante um discurso na última Quinta-feira, 21 de Maio, Obama afirmou pela primeira vez que apoia a prisão por tempo indeterminado de alguns presos sem julgamento.

Fonte: Centro de Mídia Independente - Brasil

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