quarta-feira, 8 de abril de 2009

O ‘remédio’ é pior que a ‘doença’

Dario da Silva*

Não há dúvida, no interesse dos povos do mundo, o salvamento estatal deveria ser negado ao capital. Em vez disso direcioná-lo para o controle dos trabalhadores, que são os criadores de toda riqueza. Ainda, como efeito colateral, teríamos evitado a recessão.

Ocorre que o EUA não é um estado proletário, ao contrário, é imperialista (capitalista). Os estados burgueses são controlados por frações hegemônicas do capital, tais frações não têm interesse em arcar com a destruição do capital fictício agora para evitar uma crise futura. O “remédio” (salvamento do falidos) será pior do que a “doença” (falências) e a absorção de gigantescas quantidades de riqueza para garantir a realização do capital fictício arrastará cada vez mais o conjunto do modo de produção para a crise real (não-fictícia). Para realizar os lucros fictícios serão esterilizados trilhões de dólares do povo e o resultado será uma recessão. Barbaramente afetado será quem paga uma dívida que não é sua, o proletariado, como ‘troco’ receberá barbárie.

Essa crise não é meramente econômica, no sentido de que o capital pode resovê-la facilmente como tentam nos convencer os mais superficiais. Para evitar a recessão e atuar como “capitalista universal” o estado burguês não poderia considerar sua composição concreta, portanto tal saída é uma ilusão. O estado burguês é expressão de uma correlação de forças que não permite a atuação como “capitalista universal”, as frações hegemônicas da burguesia têm interesses que divergem dessa suposta salvação estatal que evitaria a crise.

O capital é um fóssil vivo e sua permanência é uma perigo para a humanidade. É socialismo ou barbárie…

*Economista

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