quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Internacional

De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, oh produtores!

Refrão
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Duma Terra sem amos }bis
A Internacional.

Messias, Deus, chefes supremos,
Nada esperemos de nenhum!
Sejamos nós quem conquistemos
A Terra-Mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair deste antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos,
Tudo o que a nós diz respeito!

FONTE: http://www.pcp.pt/

Ruben de Carvalho

A Internacional foi composta em 18 de Junho de 1888 por Pierre Degeyter (1848-1932), operário de origem belga fixado com a sua família na cidade francesa de Lille. Naquele dia fora oferecido a Degeyter um livro de poemas de Eugéne Pottier (1816-1887), operário francês, membro da Comuna durante a qual foi eleito maire do 2.º Bairro de Paris. Após o sangrento esmagamento da Comuna, em cuja defesa participou, Pottier partiu para o exílio durante o qual escreveria diversos poemas, entre os quais o que viria a constituir a letra de A Internacional.
É fundamentalmente a partir de 1896, após a realização do congresso do Partido Operário Francês realizado nesse ano em Lille e durante o qual foi tocado e cantado, que o hino se espalha por toda a França e pela Europa através dos delegados estrangeiros presentes.
Não há memória da data da chegada de A Internacional a Portugal ou do autor da versão portuguesa da sua letra. É contudo claro que ela acompanha de perto o original francês, reflectindo no seu fraseado a influência da literatura e poesia ligadas ao anarco-sindicalismo, maioritário no movimento operário português nas primeiras décadas do século passado.
Não se conhecendo qualquer registo fonográfico português do hino anterior a 1926 e à sua proibição pelo fascismo, é de admitir que a primeira gravação seja a realizada para o LP “Cânticos Revolucionários em Português”, gravada em Lisboa em 1975 pela editora Metro-Som (LP 105), com interpretação de “elementos dos coros da Fundação Calouste Gulbenkian e do Teatro S. Carlos e intervenção da Banda Portuguesa, Siegfried Sugg no acordeão e Daniel Louis em toda a percussão”. A direcção musical é de J. Machado e J. Gomes, seguindo os arranjos muito de perto as versões francesas então mais conhecidas, nomeadamente as popularizadas pelo Groupe 17.

FONTE: http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=182&Itemid=195

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